Hogwarts Express

Sorri com a empolgação do menino que disse que se chamava Ben, me virei para minha babá e me despedi dela lhe dando dois beijos em sua face e do lado de um outro garoto subi ao trem procurando por Ben. Minutos mais tarde o vi sentado em uma das cabines sozinho, me sentei em sua frente e disse.

- Bom Ben, na verdade sou sobrinha do ministro. Meu pai e mãe são professores em Hogwarts e um deles é diretor da Grifinória. E seus pais quem são? Estou louca para chegar em hogwarts logo e ver meus pais de novo.

Sorri para ele e olhei pela janela, aquilo seria mágico. Era uma sensação empolgante, não via a hora de chegar a escola e aprender ainda mais sobre mágia.

Fique esperando o menino responder, mais ele enrolou e mudou de assunto. Não sabia por que ele não gostava de falar dos pais, mas já que ele não queria falar eu não ia insistir. Virei para ele e respondi o que ele tinha perguntado.

- É meu pai é diretor da Griffa, desde pequena cresci com ele falando que eu seria da casa dele e de minha mãe. Tenho medo de não ser e eles ficarem chateados. Bom mais me fala um pouco mais de você, és bruxo ou trouxa?

O encarei, adorava os trouxas. A maneira que eles viviam e também seu jeito peculiar de ser e de ter aparelhos incríveis.

- Eu queria ser trouxa sabe, mais sou uma puro sangue. É chato, sabia? Ainda mais por ter parentes próximos conhecidos no mundo bruxo. Todos te param na rua e perguntam como é a vida, espero que não seja assim em Hogwarts.

We go to Hogwarts

Até mais trouxas

Me peguei pensando por uns instantes, não sabia o que responder a Ben. Pegue meu gato que estava preso na gaiola do meu lado e fique acariciando ele por alguns momentos. Qual casa eu queria ser? Difícil a resposta, meus pais eram grifos e desde que eu era criança eles falam de eu ser grifinória, meu medo era esse eu virar de outra casa e eles ficarem desapontados. Encarei Bem e disse.

- Não sei Ben. Desde pequena sempre me falaram que eu seria griffa, por que meus pais são. Mais vamos ver, e você que casa deseja ser? Única certeza que tenho e que quero jogar quadribol.

I GO TO HOGWARTS!!

Esperava ansiosamente pelo trem que parecia demorar cada vez mais. Recostei-me em um pilar da estação enquanto minha ansiedade apenas aumentava. Olhei para o meu pai e suspirei vendo a alegria que ele estava. MEU FILHO VAI PRA HOGWARTS! SIM ELE VAI! eram suas palavras a poucos momentos, e agora seu sorriso matinha-se. Enxerguei a fumaça branca que subia até o céu azul. Me afastei do pilar e abracei meu pai com um leve sorriso nos lábios. Recebi um olhar de aprovação. Caminhei até o trem e virei para ele olhando por cima do ombro e por cima da mochila que pendia nas minhas costas e sorri mais uma vez.

Passava meus olhos pelas cabines, vendo algumas já ocupadas apenas soltava um leve sorriso para seus ocupantes e continuava caminhando. Parecia que todas estavam ocupadas. Achei uma cabine vazia e sentei olhando pela janela e relaxando um pouco sobre o assento.

As vezes sua casa simplesmente

Não é o que você esperava

Tinha chegado cedo na estação. A primeira vez em Hogwarts não devia ser encarada com atraso e desespero, e eu tinha sido avisada por isso o tempo todo. Aquela leve ansiedade formigava em minha barriga enquanto eu esperava, sentada em cima de minha mala, o expresso chegar.
Observo os trilhos com os joelhos doendo pelo peso dos cotovelos e os pulsos doloridos com o dever de sustentar minha cabeça. Um tremor. Um apito. Fumaça ao limiar da visão. Meu corpo fica rígido, sem acreditar. Finalmente tudo o que eu tinha esperado tinha valido a pena. Tantas pessoas tinham ido e vindo, chegado e sentado bem longe de mim, esperando junto com seus pais. Eu era a única sozinha com uma gata arranhando minhas pernas. Sim, ela devia estar em sua gaiola, mas, mesmo que eu não suportasse gatos e seus pelos, Cookie era a única que me fazia companhia.
Todos levantavam e sorriam, animados, encarando o trem, enquanto eu obrigava Cookie a parar de fazer novas cicatrizes em mim e entrar logo na maldita gaiola que era seu lugar. Movo os dedos dos pés dentro das sapatilhas e dou um sorriso radiante ao finalmente poder entrar no trem.
Depois de guardar minhas coisas, procuro por uma cabine que ainda não estivesse ocupada. Eu gostava de sentar na janela, e não socializava tão bem com os outros, por mais que adorasse ter alguém ao meu lado. Não fazia com que eu me sentisse sozinha, nem largada. Além do mais, eles me faziam sentir em uma sociedade... Sento-me em um vagão que havia apenas uma menina e mordo os lábios, olhando pela janela. Finalmente, penso comigo mesma, estaria indo para o lugar aonde pertencia.